Um chope com Nelson e o Sobrenatural

 Amada nação tricolor, trago boas novas! Acabo de chegar do bar Ithay, em jacarepaguá, onde, por duas horas, bebi alguns chopes na companhia de Nelson Rodrigues e o Sobrenatural de Almeida. Entre um copo e outro, acabei sendo questionado pelos dois sobre a situação do Fluminense para a final deste domingo. Segue a entrevista psicografada:

Nelson - Oh Liper, que porra é essa de mala branca? Por acaso esse Guarani se transformou em um time de verdade? Na minha época não ganhavam nem no jogo de botão.

Eu - Olha Nelson, essa história começou com as torcidas do São Paulo e do Palmeiras exigindo que os times entregassem os jogos ao Flu para atrapalhar o Corinthians.

Nelson - Porra, e o Palmeiras e o São Paulo estavam com um timaço?

Eu - Não, eles não tinham mais nada a disputar no campeonato.

Nelson - Caralho. Então dois times sem nenhuma chance de ganhar da gente sofreram pressão para não ganhar? Porra, ainda bem que já morri.

Eu - Pois é. Mas as coisas aqui andam esquisitas assim. Você acredita que até o Vasco... ( fui interrompido)

Nelson - Vasco? Isso ainda existe?

Eu - Sim Nelson. Mas, como eu ia dizendo, até o Vasco tirou onda que iria entregar o jogo.

Nelson - E eles estão em que posição na clasificação?

Eu - Entre os últimos. Mas disseram que iriam entregar o jogo ao Corinthians.

Nelson - Porra. E eles tinham chance de ganhar?

Eu - Nenhuma. Estão perdendo até par ou ímpar.

Nelson - Puta que o pariu. Ainda bem que já morri.

Neste momento, o Sobrenatural chega à mesa, com sua voz nefasta e com aquele olhar horrendo dos azarões.

Sobrenatural - Olá gente boa. Quem é esse aí?

Nelson - É o Liper. Um jornalista de pouca importância. Mas que é apaixonado pelo Fluminense. O que lhe conta a favor.

EU - Obrigado Nelson. Já bebi muito com seu filho.

Nelson - O PC ou o Nelsinho?

Eu - Os dois. Mas, mais com o Nelsinho que foi meu colega de faculdade.

Nelson - E ele terminou aquela merda?

Eu - Olha, quando eu me formei ele ficou.

Nelson - Só pensa em Bloco de Carnaval e choperia. Mas tem talento, né? Puxou ao pai.

Eu - Com certeza. É um excelente jornalista e companheiro.

Sobrenatural - Vão ficar aí rasgando seda? Quero falar sobre o jogo de domingo.

Aquela voz gélida me tomou o corpo e me encheu de medo. O que será que o Sobrenatural tanto quer falar sobre a final do Brasileirão?

Nelson - Tu não vaz falar mais nada. Já estás compromissado comigo. deixei você intervir naquele jogo com o Goiás e frustrastes a toda a nação tricolor. Agora basta!

Sobrenatural - E desde quando recebo ordens suas?

Nelson, socando a mesa. desde o dia que te criei. Tu és uma cria minha e não irás ao jogo de domingo para atrapalhar o mais importante clube de futebol deste país.

Sobrenatural - Já sei. Só vou interceder se houver necessidade. Mas, pelo Flu.

Nelson - Sabes todos aqueles gols perdidos pelo menino Washington?

EU - O que tem?

Nelson - Foi ele...

Confesso que fiquei gelado. Mas, em seguida, fui tranquilizado pela figura sobria.

Sobrenatural - Pois se lembra daquele gol de barriga do menino Renato contra a flamengada?

EU - Sim

Sobrenatural - Fui eu também. Vá pra casa e descanse em paz. Vamos embora Nelson...

Pedi a conta...